Ads 468x60px

quarta-feira, 20 de abril de 2011

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Fotos

Quem visita este lugar tem a sensação de estar num lugar paradisíaco.Uma praia fantástica.


Telma Elita

Repórter

Tome nota de uma sugestão para os próximos dois dias de descanso: prepare uma bagagem simples, com roupas leves e sandálias, e embarque na máquina do tempo. O destino é o ano de 1501, quando a foz do Rio São Francisco foi descoberta pelo italiano Américo Vespúcio. A região era habitada por caetés valentes, emoldurada pela natureza exuberante e repleta de animais selvagens. Pausa. Tome fôlego para entender. Afinal, se até o próprio São Francisco anda ameaçado, o que dizer dos índios e dos bichos que saracoteavam por aquelas bandas há cinco séculos.

Mas se não existem mais os povos de peito aberto a esperar pelos brancos na beira do rio, sobrou para os desbravadores de hoje a missão de se deleitar com a beleza protegida das praias desertas e dunas do Pontal do Peba, povoado pertencente ao município de Piaçabuçu, a 117 Km de Maceió, bem ao sul de Alagoas.

Na região, é possível caminhar sobre quilômetros de areia branca, como faziam os primeiros habitantes. O céu deve ser o mesmo, de azul constante. O mar exige força para boas braçadas.

Mas a máquina do tempo serviu apenas para remeter o leitor ao paraíso, porque uma vez no povoado, hoje um templo para os pescadores, a contemporaneidade dos jipes e da asa-delta toma conta do roteiro.

Diferentes passeios podem ser feitos no Peba - há até uma agência de ecoturismo que organiza grupos para o “reconhecimento” dos pontos onde o meio ambiente conserva seu estado mais natural. A primeira investida pode ser no roteiro de 21 quilômetros que vai do povoado de pescadores até a foz do “rio da unidade nacional”. No caminho, extensas faixas de areia, mar de um lado e falésias do outro.

Se for corajoso, não tiver medo de altura e tiver R$ 25 no bolso, ganhe asas. O responsável pelo passeio, Robério Ramos Góes, proprietário do Carcará - carro para oito pessoas com bancos superiores que permitem vista panorâmica - oferece vôo numa asa-delta que é presa ao jipe por um cabo de 70m. O aventureiro recebe vento na cara a uma altura de 50m. Do alto, o Ícaro tupiniquim poderá vislumbrar tudo com os olhos, das dunas aos coqueirais e ao mar. Mas como já dizem os antigos: “Deus não dá asa a cobra”. Por isso, saiba logo que a permanência no ar dura apenas oito minutos.

Já em terra firme, de pernas bambas e sorriso no rosto, siga no passeio para a foz. Chegando ao rio, um bate-papo descontraído sobre a história da região e a polêmica transposição. São informações importantes para o turista que não quer só cenário - busca também conhecimento. Depois da conversa, aproveite para mergulhar nas águas do Velho Chico. Afinal, ninguém sabe o dia de amanhã... Vai que resolvem que o velho deve morrer...

Arquivadas as imagens da foz na cabeça, é hora de voltar ao povoado do Pontal do Peba. O passeio inteiro é feito, em média, em três horas. Para aproveitar o roteiro, é só agendar com a agência com até um dia de antecedência. O trabalho é sério. Os responsáveis têm licença ambiental do Ibama e só podem levar, em seu jipe, dez pessoas por dia.